quinta-feira, 30 de setembro de 2010

You hurt me





Talvez pudesses ter pensado melhor, ou se calhar até não, porque isto não se faz a ninguém ... 
Em pleno Inverno, estava a chover torrencialmente ...
Saí de casa a correr, atrás de ti, queria te ver ... Como tínhamos combinado, ali no nosso sítio, passamos momentos magníficos não foi ? (...) Mas agora mais do que nunca desejo aproveitar todos os momentos que nos restam .
Ainda me lembro muito bem do dia, da hora, de todos os pormenores ... pois não sei porque as coisas más não me saem de lá de dentro .
Então, chegas-te lá, cansada e com um olhar de tristeza, desconfiei de algo ... e logo me disseste : " Estou com cancro " .
Tudo me caiu aos chão, entrei num vazio total, esse tal cheio de mágoa, cheio de frio, negro ... Não me podias deixar, eras tudo para mim. 
Eu quase suspeitava, tinha aquilo dentro da tua cabeça, mas perguntei-te e confirmou-se tudo ... logo nesses primeiros minutos da notícia as minhas lágrimas secaram, não havia mais nada dentro de mim .
Para animar o momento, pensei (...) vamos fugir ! 
Contentes, preparamos tudo ... De madrugada, cheguei a tua casa, perguntei a tua mãe se tu já estavas pronta, ela disse-me estava a dormir mas não acordavas ... deixei tudo onde me calhou, corri enquanto as lágrimas me desciam pela minha face que tu tanto gostavas ... cheguei ao teu quarto, mas não valeu a pena . Tinhas-me deixado ...
amo-vos pai/mãe/irmão/amigos !
Paulo    

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Deixaste-me sozinho...

Deixas-te sozinho, naquele dia tão frio, naquele síto pálido de tristeza ... então quando recebi a tua resposta, ainda mais frio, por dentro e por fora fiquei, senti um aperto lá dentro ... que nunca mais se ia desenrolar. 
Ainda me chamaste tolo, ainda me deste uma chapada de luva branca, ao dizer que era um puto ?! Tu com essa mentalidade de mosquito, foi a pior coisa que me fizes-te . 
Então, até nem consigo olhar para ti, deixas-me com um certo sentimento, que nenhuma palavra consegue exprimir ... ainda estou á tua espera, ali, sentado, com todas as minhas lágrimas secas, tudo me doi na alma ... Só espero que aprendas, mas com o aperto que me deixas-te lá dentro, não sei se ela vai querer voltar ao normal para te dizer um simples : " Desculpo-te " ... 
Sinto pena... àh não desculpa ... IMENSA pena, porque ainda estou lá,  se algum dia quiseres . Não consigo dizer não a este aperto, a esta mágoa ... 
Se leres isto espero que sintas alguma coisa, um bater lá dentro muito mais forte, um sentido de culpa maior do que o planeta, com essa mentalidade de mosquito ...

Paulo